Registros

13.novembro.2011 - Leave a Response

Um fim de tarde de feliz aniversário – e deliciosa apuração jornalística – em Paraty (RJ).

Anos de viagens a trabalho, como repórter de turismo, e só com a aquisição de uma câmera digital consegui criar álbuns pessoais da inúmeras paisagens e cenas que registrei em campo.

Se por um lado uma digital tira um tanto da graça e da surpresa dos cliques, e faz a preguiça deixar esquecer de fazer questão de ter as fotos em papel, sua modernidade permite que espetando um cabo de uma ponta a outra as imagens ganhem vida de novo, organizadas em pastas, datadas e separadas para ajudar a memória.

Gratas memórias de registros felizes.

E, com imensa saudade:
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~ votem em mim!

24.agosto.2011 - Leave a Response

amigos e pessoas de passagem por aqui,

preciso de MUITOS cliques para ganhar um concurso fotográfico e conto com a ajuda de vocês.

o link é este: http://wp.me/P1A9M5-eo. e minha foto, que você vê abaixo, é a primeira da galeria – da Mesquita Azul, em Istambul, Turquia.

valeu!

Mais um passo virtual

28.abril.2011 - Leave a Response

Mesmo que você não me conheça e tenha entrado pela primeiríssima vez nesta página, já terá percebido, numa rápida espiada, que abandonei este blog à própria sorte. Não, não me orgulho disso. O fato é que, na minha opinião de blogueira pré-boom dos blogs e tuiteira antes que até jogador de futebol tivesse “seguidores”, os bons conteúdos dos bons blogs de hoje se perdem facilmente numa maré de surfistas de ocasião. Fora que a ferramenta em si caminha na contramão dos 140 caracteres de fama a que todos atualmente têm direito. De tão acessível, ter blog está se transformando em algo banalizado. O que não quer dizer, repito, que não existam excelentes exceções, que reúnem informações e opiniões relevantes. Mas, enfim, isso tudo é papo para outro post.

O objetivo do momento é apresentar mais um espaço que criei para espalhar notícias sobre os meus trabalhos e os assuntos pelos quais tenho especial interesse. Partilhar inspirações e ideias de forma simples e rápida me parece o desafio (e a grande saída) dos dias cibernéticos atuais.

Quer entrar e ver mais? [ facebook.com/flaviaperin ] Clique, navegue, comente!

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A placa suja e incomoda. Você leva a placa, pinta, pixa ou z… on Twitpic

25.setembro.2010 - Leave a Response

A placa suja e incomoda. Você leva a placa, pinta, pixa ou z… on Twitpic.

Cruel e romântico: dois lados da mesma moeda, seja o futebol ou a vida

11.agosto.2010 - Leave a Response

Gael García Bernal e Diego Luna vivem dois irmãos novatos no universo do futebol

Rudo e Cursi. Do espanhol para o português, eles são “Cruel” e “Romântico”, apelidos de dois irmãos que, fora o fato de terem a mesma mãe, dividem o mesmo talento nato e a mesma paixão – o futebol. Não à toa, possuem personalidade e caráter bem distintos, opostos. Além de cruel, Rudo tem um quê de aproveitador, imoral, trapaceiro. Quer vencer, no jogo e na vida, a qualquer custo, ainda que para isso tenha de passar para trás esposa, filhos, irmão. Cursi é ingênuo, sonhador, benevolente. Pensa em fazer sucesso com o que faz de pior, mas que mais lhe dá prazer – a música.

Para ambos, o futebol, no início da trama, é apenas lazer. Até que uma oportunidade surge para que um dos dois aposte seu futuro no esporte. O impasse é resolvido com a bola, pelo que não há, objetivamente, uma decisão justa.

Logo nas primeiras cenas, Rudo & Cursi se vale de simbolismos e da poesia do universo futebolístico para apresentar a história ao espectador, bem como traçar profundos paralelos e, assim, explicar a vida. O filme começa com imagens – de luvas de goleiro penduradas na cruz de um cemitério, de uma trave desenhada numa parede – e conjecturas de um narrador (mais tarde também personagem) que busca expor a força simbólica do futebol em ditos da sabedoria popular e lendas – por exemplo, de como o futebol teria começado, surgido no mundo. Recorre, ainda, à razão pura e simples, como quando demarca a importância do esforço coletivo (em oposição ao esforço individual) para se chegar ao êxito, a um objetivo comum.

Regras e rivalidade servem para que se relacione o jogo com a guerra. Vem à tona o lado cruel: na vida e no esporte, “não se pode errar”. A certa altura, o narrador diz: “Pênalti significa castigo para um dos jogadores, o outro sai glorioso. Se os dois saem castigados é porque o jogo da vida, que é maior, superou o futebol, que é o mais belo.” E, em mais uma etapa na trajetória dos irmãos futebolistas, é a poética que os une, um ao outro e eles ao público. O futebol representa, para ambos, começo, meio e fim. Às vezes, uma válvula de escape – Rudo joga futebol na máquina de fliperama que mantém dentro de casa não apenas para passar o tempo, mas também para fugir das responsabilidades e das cobranças da esposa.

De forma alternada, embora simultânea num sentido mais amplo (o enredo como um todo), recorre-se ao “outro lado”, a face sentimental do esporte. “Os reencontros são mágicos, como o jogador quando toca a bola depois de uma lesão ou de uma má fase”, afirma o narrador. Ele compara a bola à mulher amada, o amor ao futebol ao amor pela mãe, e decreta a máxima “Tudo por amor ao futebol”.

Mais do que se apropriar da dinâmica que move o futebol dentro e fora dos campos, Rudo & Cursi capta e projeta pormenores dramáticos, trágicos, hilários e absurdos do esporte para distanciar e aproximar os dois irmãos de suas verdades, de seus medos, de seus desejos. No vaivém dos altos e baixos de suas carreiras, o que determina o desfecho dos fatos não é o que eles têm de diferente, mas o que os torna tão parecidos. Dois homens perdidos, perseguindo a bola como se persegue a felicidade e o sucesso. O que conseguem é provar aos espectadores que o resultado conta menos do que o que se faz antes, depois e durante o jogo – em suma, o que se faz no decorrer da própria vida.

Texto escrito para a disciplina ‘Esporte e cultura’, lecionada pelo professor Sergio Rizzo (Pós-Graduação em Jornalismo Esportivo, Faap/SP)


O logo da Copa do Mundo de 2014 como símbolo do Brasil

04.agosto.2010 - Leave a Response

É fato que poucos são os eventos mundiais que aproximam os povos tanto quanto a Copa do Mundo. E, embora se trate de um negócio pertencente a uma empresa privada – a Fifa –, exige esforços e reforços públicos para que se concretize, já que, mais do que de estádios e jogadores em campo, o megaevento depende de plateia nas arquibancadas e de infraestrutura para recebê-la no país-sede.

É verdade também que pouco pode intervir o povo anfitrião nas questões referentes à organização e à realização do Mundial. A Fifa dá as cartas e cabe aos “escolhidos da vez” torcer e, se forem ágeis e tiverem senso de oportunidade, aproveitar para vender seu peixe. Como se diz, é uma chance única para o país do ponto de vista econômico. Mais do que poder explorar o momento para realizar projetos profissionais, os brasileiros estarão na mira dos holofotes dos demais 31 países participantes – se não de todas as nações em que haja quem aprecie o futebol. É hora de mostrar a nossa melhor faceta, deixar gravada uma boa imagem, que se propagará no futuro por muitos anos.

Tudo para dizer que o logo que se apresentou recentemente para a Copa brasileira de 2014 poderia, mas não necessariamente deveria agradar à nação anfitriã, muito menos a quem quer que seja, fora a Fifa. No entanto, se o que se pretende é firmar a competição como um evento que reúne povos – inclusive que é vendável e lucrativo  em qualquer país que se realize –, não faz sentido que o símbolo, o ícone gráfico escolhido possua divergências em relação ao simbolismo acreditado e praticado naquele país. Seria o mesmo de se vender gato por lebre – ou melhor, lebre por gato.

Não se pretende aqui defender a beleza (ou a falta de) do logo eleito. Antes, é preciso dizer que se espera que o desenho siga certos preceitos de design e estética e respeite normas referentes a estes quesitos que, se não são universais, são sinônimo de profissionalismo e boa prática do desenho gráfico. Indo mais além, era de se esperar que a marca viesse, a cada nova edição da Copa, de uma evolução natural em campos como as artes gráficas e a tecnologia. Não se pode, contudo, falar em retrocesso, pois neste caso ele seria bem aceito: basta ver os logos de Copas de uma década atrás para perceber que já foram mais limpos, mais bem resolvidos e, consequentemente, mais bonitos do que o que temos para (e até) 2014.

Como se não bastasse, o processo de escolha está repleto de atos mal-explicados. Quais foram as agências que criaram modelos para a concorrência?; Por que a decisão coube a “notáveis” que, apesar de o serem, não são, em sua maioria, nomes representativos, nem mesmo pertencentes ao cenário do design?; Quem são os criadores, os profissionais que inventaram e desenharam o logo, e em que se inspiraram? (falou-se numa foto como inspiração, que foto?); Por que o desenho não revela, nem esconde, indícios da simbologia do esporte e do povo que abrigará os espectadores do megaespetáculo em 2014?

Para tornar as coisas ainda mais obscuras, as respostas, quando buscadas pela imprensa e pela opinião pública, foram veementemente negadas ou mal-dadas pelos envolvidos. “Ainda este assunto? Ele já está velho, não acha?!” foi o que esta que vos escreve teve de ouvir de uma assessora de imprensa da agência de publicidade vencedora – ironia ou não, de nome África. Velho? Falamos de um evento que se realizará daqui a quatro anos!

Como já foi dito em meio a tamanha polêmica e indignação, o logo da Copa de 2014 no mínimo vem nos mostrar que este é um espetáculo que não nos pertence, para o qual só seremos chamados para arcar com as responsabilidades em sediá-lo – incluída a obrigação de bem-receber os turistas, ajudar a lotar os estádios e sorrir para as câmeras na hora do show. Não esperemos mais do que o papel de figuração, a não ser que saibamos, com o nosso “jeito”, tirar melhor proveito das oportunidades que se lançam.

É de se concluir que, com o símbolo feito de mãos em torno de uma taça, a Fifa nos tenha mandado o recado de que tanto faz a nossa opinião, o nosso agrado. Teremos de engolir a Copa até e durante 2014, com bola – alguém lembrou da polêmica Jabulani? –, logo e tudo. Boa digestão, Brasil.

Texto escrito para a disciplina ‘Esporte e cultura’, lecionada pelo professor Sergio Rizzo (Pós-Graduação em Jornalismo Esportivo, Faap/SP)

Matérias que escrevi para o UOL Esporte sobre o tema:

Designer dos EUA descreve logo da Copa 2014 como um pesadelo

Eleito por ‘notáveis’, logo da Copa 2014 gera polêmica entre leigos e especialistas

O futebol de Garrincha e a identidade brasileira

04.agosto.2010 - Leave a Response

(Maio 2010)

Comparado a Charles Chaplin por Nelson Rodrigues, o jogador Garrincha, considerado “o anjo de pernas tortas”, foi o primeiro atleta a ter um documentário brasileiro dedicado à sua vida e à sua carreira, em pleno auge nesta época. Lançado em 1963, o filme Garrincha, alegria do povo contou com craques também atrás da tela: teve direção e roteiro assinados por Joaquim Pedro de Andrade, produção de Luiz Carlos Barreto e Armando Nogueira (que colaborou com o roteiro), fotografia de Mário Carneiro e narração de Heron Domingues.

Para entender a importância do filme neste período – sem deixar de lado sua relevância histórica, até hoje reconhecida –, ressalto um pensamento de Victor Andrade de Melo extraído de seu estudo Garrincha x Pelé: futebol, cinema, literatura e a construção da identidade nacional (publicado pela Escola de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Rio de Janeiro): “a figura de Garrincha é utilizada para traçar um retrato do povo brasileiro, aquele que a princípio não tem nada para dar certo, mas, sabe-se lá como, acaba triunfando”.

De fato, Garrincha é mostrado no filme como um mau operário, que dormia durante o expediente mas não era despedido porque nos fins de semana, em campo, defendia como ninguém o time de futebol da fábrica. Levando-se em conta a possibilidade de construção da identidade nacional a partir de Garrincha, alegria do povo, vale considerar que, de acordo com Andrade de Melo, as relações entre cinema e esporte são bastante férteis para permitir discutir representações fundamentais para a construção do ideário e do imaginário da sociedade moderna: de questões políticas e de propagação de modelos de comportamento à construção da identidade nacional.

Pouco antes de esta produção cinematográfica chegar ao público, em 1961, o Brasil assistia à posse de João Goulart como presidente do Brasil, já que Jânio Quadros renunciou ao cargo após seis meses e 25 dias de governo. Goulart foi tido como sucessor do nacionalista Getúlio Vargas pelos oficiais das Forças Armadas e políticos de direita, e, em 8 de setembro, um dia depois de sua posse, o Congresso aprovou o regime parlamentarista, diminuindo seus poderes na presidência.

Neste contexto político, e se “as pessoas não são apenas cidadãs legais de uma nação: elas participam da ideia da nação tal como é representada em sua cultura nacional” (Stuart Hall, 2003), é de se supor que o filme em questão tenha exercido grande influência na sociedade brasileira, e não só em seus espectadores. Garrincha era ídolo, e era (aliás, ainda é) praticamente impossível encontrar quem discordasse de seu talento, tido como quase mágico.

Para reforçar a idolatria nacional à figura de Garrincha, na Copa de 1958 a Seleção Brasileira conquistou pela 2ª vez a Taça Jules Rimet, ao vencer a Tchecoslováquia por 3 a 1. Há quem diga que Garrincha não só foi o destaque da equipe como jogou praticamente sozinho e, assim sendo, fez o Brasil conquistar o título por seu mérito único.

'O anjo de pernas tortas' do futebol

Garrincha foi o 1º atleta a ter um documentário nacional sobre sua vida.

No entanto, toda a fama que os dribles desconcertantes de Manuel Francisco dos Santos (seu nome de registro) lhe renderam não foi suficiente para evitar que a estrela de Mané Garrincha se apagasse, e o homem-mito tivesse sua trajetória encerrada de maneira trágica, numa decadência que se resumiria na cirrose do fígado que o levou à morte prematura em 1983, aos 49 anos.

O dilema de Garrincha? Sua declaração “Quem já foi Garrincha não consegue ser Manuel dos Santos outra vez” parece responder. Em seu livro Veneno remédio – O futebol e o Brasil, José Miguel Wisnik afirma que ele era “uma espécie de incógnita do dilema brasileiro, colocado entre as mazelas do atraso e as promessas de sua originalidade no modo de se inserir na realidade dos tempos modernos”. Resta perguntar: nosso país terá resolvido sua incógnita, seu dilema? Em se tratando de futebol, e considerada a recepção do povo à escalação do técnico Dunga para esta Copa do Mundo, pode-se concluir que ainda há muito que se discutir sobre a representação da identidade do povo brasileiro – a que se espera e a que se vê na prática.

Texto escrito para a disciplina ‘Esporte e cultura’, lecionada pelo professor Sergio Rizzo (Pós-Graduação em Jornalismo Esportivo, Faap/SP)

Enfim, de blogueira a twitter

27.julho.2010 - Leave a Response

Como dizia no post abaixo, quase não venho mais aqui, ao passo que estou com frequência no Twitter. A novidade é que dei mais um passo tecnológico na minha vida web, e os visitantes deste espaço (oi? alguém aí?) podem ver os últimos tweets aqui mesmo, nesta página _ ao final, descendo…

Valeu, gente!

Ok, eu me rendo

22.janeiro.2010 - Uma resposta

Decidi aceitar a realidade: este blog está quase morrendo. Não por falta de amor – reservo à este espaço um lugar especial no meu peito. Mas um passarinho chamado Twitter me fisgou como peixe faminto. Condiz com a minha verdade atual, que é a falta de tempo. Escrever um pensamento, uma dica, um desabafo em 140 caracteres faz muito mais sentido neste meu momento. E, não por pura coincidência, tem feito sentido para muita gente. Hoje contabilizo 559 tweets, 230 following e 155 followers. É coisa pra caramba – pessoas e instituições soltando o verbo minuto a minuto, eu superincluída nisto, seguindo e sendo seguida como num filme policial agitado, em que ninguém chega a morrer por causa dos tiros. Ok, há quem se queime – alguém lembrou da Xuxa e da Sandy? Mas o barato é se expor com tamanha dinâmica,  e saber da vida, dos feitos, das sugestões e dos arroubos filosóficos alheios numa única tela, sem muitos cliques.

Não sabe do que eu estou falando? Entre já e fuce, você logo entende: www.twitter.com/flaviaperin. Tomara que você se deixe voar junto com este pássaro do nosso presente.

Temos razões

07.janeiro.2010 - Leave a Response

É este mesmo homem que me dá uma resposta… Disseram-me “suas razões são outras”. Importa? O que vale, outro me disse, é que se respeitem os próprios sentimentos, soberanos que são. Escrever com verdade e não escrever sem mentira acaba sendo a mesma coisa. A diferença é a falta de poesia em linhas concretas, prontas para o sempre em toda a sua vastidão.

Razão de ser

Escrevo. E pronto.

Escrevo porque preciso

preciso porque estou tonto.

Ninguém tem nada com isso.

Escrevo porque amanhece.

E as estrelas lá no céu

Lembram letras no papel,

Quando o poema me anoitece.

A aranha tece teias.

O peixe beija e morde o que vê.

Eu escrevo apenas.

Tem que ter por quê?

[Paulo Leminski]